quarta-feira, 18 de agosto de 2010

(something brings me back. to you)


Ela garantiu-me. Naquele dia, embora parecesse estranho, o cheiro dele estava a fazer-lhe companhia. Desde o primeiro acorde da manhã, de repente cheirava-o, nas brisas que vinham ao seu encontro, sem que ela pensasse, ou quisesse sequer. Era como se ele estivesse colado ao corpo dela e o próprio odor dela já fosse o dele. Uma confusão, eu sei... mas tive a certeza de que falava verdade. Aqueles olhos de mel, límpidos e brilhantes, não estavam a mentir. Será que naquele dia em especial ele queria dizer-lhe alguma coisa? Era estranho aquele cheiro. Perseguia-a, e estava já a assustá-la. Para quem é céptico esta conversa não faz qualquer sentido, mas era surreal e parecia que podia ser algo mais do que aparentemente parecia. Um cheiro banal, porém o dele. Teria algum significado?
Ela não negou. Era bom, o cheiro era maravilhoso (como não haveria de ser?) E não era de perfume. Estou a falar de essência, é uma questão de pele. Pele com pele. Puramente só isso.
Por muito que ali estivesse presente o cheiro dele, ela estava disposta a esquecê-lo. Porque, como disse, aquele coração agitado e distraído pouco sabia do que o dela, romântico e inseguro, precisava.
E é verdade: quando não sabemos o que o outro quer (e pior, nem queremos sequer dar-nos a esse trabalho), há sempre tanto que fica por dar... tanto, tanto...
Espero que sejas feliz. Tu mereces um coração como os teus olhos. De mel.

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