segunda-feira, 28 de novembro de 2011

What goes around... comes around.

Sempre tive um quê de observadora e ultimamente tenho constatado alguns factos.  De manhã, quando vou a caminho do trabalho no metro, tenho construído muitas histórias na minha cabeça.

As pessoas são cada vez mais tecnológicas. 80% dos utilizadores do metro vão de fones nos ouvidos e a mexer constantemente no telemóvel. No último caso, imagino que estejam a dizer inúmeras coisas já inúmeras vezes repetidas. Acho maravilhoso o poder destes aparelhos, no entanto temo que as pessoas um dia já não tenham a ousadia nem a coragem de dizer as coisas cara a cara, com um turbilhão de borboletas a saltar-nos do estômago directamente para a boca. Hoje em dia, as pessoas têm a discussão das suas vidas no chat do facebook e depois contam umas às outras que foi horrível e não sei quê. Quando se vêm pessoalmente não se falam, porque se "chatearam" e a discussão foi horrível com direito a gritos e tudo. Meu Deus, não estaremos a perder a essência das relações no meio disto tudo? Assusta-me e tenho pensado numa coisa que me disseram há uns dias e que para mim fez todo o sentido: a tecnologia está a aproximar quem está longe e a afastar quem está perto.
Acho muito grave. Por isso, bora lá estar mais vezes juntos, abraçar mais, beijar mais, discutir mais, deitar a fúria toda cá para fora... Mas sermos muito mais nós mesmos.

As pessoas andam cabisbaixas. Se é dos subsídios cortados, do cão que morreu ou do namorado que está esquisito, não sei. Mas as pessoas mal se falam. Deixou-me muito surpreendida outro dia um casal que ia sentado frente a frente. Ele era beijos para um lado, abraços para o outro, coceguinhas e sorrisinhos próprios de quem está estupidamente apaixonado - os coitados dos passageiros que iam sentados ao lado até se sentiam incomodados de tanta vez que rodaram o pescoço à procura de um ponto em que parecesse que a sua atenção se tinha focado. Impossível. Todo o metro estava especado a ver aquela cena. E o mais bonito é que eles estavam tão inebriados e dentro da sua nuvem que nós todos devíamos ser passarinhos a cantar-lhes ao ouvido no paraíso. Ainda há quem seja indiscretamente feliz. É engraçado e tem um quê de encantador esta falta de vergonha.

Tenho reparado que há menos pedintes no metro. Não sei se é da hora a que vou mas de facto não tenho dado por eles. Quando saio, na rua encontro vários... um que se senta criteriosamente em frente da padaria com uma moldura onde estão os seus cinco filhos que, repete ele num bocado de cartão, não têm o que comer. Será que ele escolheu aquele sítio para lhe darem pão para os filhos ou prefere o troco que sobre no bolso dos clientes que lá vão? Gostava de acreditar na primeira opção mas.... errr, duvido. É por estas e por outras que o mundo está como está e as pessoas deixaram de acreditar umas nas outras. Às vezes lembro-me de uma voz sábia que me dizia "não te importes com o que eles vão fazer com o dinheiro que te pedem. o que importa é a nossa consciência".

Pois é, tens razão. Acreditar é muito importante.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Adoro esta!

Há imenso tempo que não escrevo. Hoje também não vai ser o dia. Leiam nas entrelinhas o que diz a música, eu podia escrevê-lo também. Por fazer das palavras dele as minhas e adorar a música no seu todo (letra e sonoridade).