quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que levas no olhar?

Vinhas a correr. Sem fôlego, a implorar que te abrisse os abraços... não precisaste dizer nada para que conseguisse ler o que sentias. Os olhos assustados, a respiração ofegante, os lábios secos, as sobrancelhas arqueadas antevendo uma expressão grave... E, quando, finalmente, disseste alguma coisa, eu percebi que estavas de rastos, a achar que o mundo tinha acabado ali mesmo à tua frente, e que não tinhas conseguido fazer nada. Esse olhar não era teu. Ou pelo menos não aquele que estava acostumada a ver. Mesmo assim, e embora pareça sarcástico, gostei do que vi. Não pelo que sentias, como é óbvio. Mas pela sensação de poder fazer alguma coisa... nem sempre podemos, não é mesmo? Neste caso podia, para além de ouvir-te, compreender-te e dizer-te que não era assim tão grave. E se há coisa que me sabe bem é acalmar... é ouvir uma história e saber que ela é mais simples do que parece. Podendo ser sincera. E comprovando através da (pouca) sabedoria que uma vida curta, mas intensa, me foi dando. Nunca te esqueças que quando uma coisa acaba, outra começa. E ver de forma negativa não passa apenas de uma perspectiva. Que se escolhe! Dou-te provas. Pensa bem, e reflecte. Imagina-te numa rua movimentada, no caos, no barulho ensurcedor da buzina de carros, nos semáforos a piscar verde-amarelo-vermelho, em pessoas a atravessar a estrada, stress, pressa de chegar. Imagina-te no meio disto tudo. O que achas que sentirias? Pânico, sensação de impotência, depressão, desconsolo. Agora imagina subir ao cima do maior prédio. Está aí mesmo à tua frente, também nessa rua diabólica. O que achas que vais ver? Talvez uma paisagem tranquila, bonita, um imenso mar brilhante a banhar-te os sentidos, sensação de leveza a atingir o infinito. Um quadro brutal, sereno e a gritar esperança.  O que te quero dizer é que a vida (e os seus dramas) pode ser encarada de dois modos: cá em baixo, através do negativismo, ou lá em cima, sendo positivo. Como vês, não precisas sequer de sair do mesmo lugar para que a tua vida mude. Para que te sintas bem - ou pelo menos, melhor - basta o modo como olhas para a realidade e como escolhes viver. E eu dou-te força para que escolhas subir lá acima, com a alma limpa de medos e fantasmas passados. Vai ser mais fácil do que parece. Garanto-te que a tua vida vai mudar, e que tu vais mudar com ela.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A voar.



Como o céu. Imenso e luzidio. Assim quero. Assim espero. Assim componho. De que me servem os pés se tenho asas para voar? Às vezes há vales, há pontos que precisam de ser atravessados. Nessa tarefa, as asas dão-nos a magia de ver de cima, de atingir os nossos sonhos, numa realidade possível. Por vezes é preciso deixar a terra e levantar voo. Cá em cima podes flutuar, acreditar e não mais parar... e é tão fácil. Uma vida como o céu, a voar...


(Foto: fim de tarde em Belém... a sunset to remember. 02/10)